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Leonardo Sakamoto: Mortos por ataque com carro nos EUA reforçam a impotência diante do terror

Leonardo Sakamoto: Mortos por ataque com carro nos EUA reforçam a impotência diante do terror



Em última instância, basta que propaganda extremista encontre eco em mentes perturbadas para que surja um terrorista em potencial, seja ele estrangeiro ou nacional do país, fundamentalista religioso ou supremacista racial. O objetivo é pavor e paranoia, ou seja, criar um ambiente em que a sensação de paz é impossível.

Se dificultam o acesso à pólvora e a explosivos plásticos, criam bombas a partir de produtos de limpeza. Se colocam substâncias químicas na lista de produtos controlados, explodem carros ao lado de mercados, escolas e construções. Se criam cordões de isolamento para proteger edifícios, arremessam aviões. Se aumentam a segurança nos aeroportos, atacam baladas. Se controlam a entrada de pessoas suspeitas em locais fechados, atropelam pessoas na rua, matando indiscriminadamente adultos e crianças, residentes e turistas.

Atentados feitos por atropelamentos escondem uma verdade incômoda. A forma como governos têm articulado o enfrentamento a ataques terroristas, de origem interna ou externa, não foi, não é e nunca será totalmente efetiva no seu intuito. Pelo contrário, a inventividade humana encontra, diante de inócuas proibições, diferentes formas de massacrar em massa os semelhantes.

Basta lembrar que, em 2001, alguém teve a ideia de jogar aviões contra Nova York e Washington DC.

Mesmo se for adotada uma das supremas ignomínias defendidas por políticos bizarros e populistas – excluir uma etnia, cidadania ou religião de determinado território sob a justificativa de segurança nacional – é bem provável que continuarão ocorrendo ataques.

Afinal, não são imigrantes ou uma crença os responsáveis pelo terrorismo, mas discursos e interpretações violentos, que apontam saídas fáceis para situações complexas, que encontram terreno fértil para crescerem e se desenvolverem.





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